Uma das características mais importantes dos acolhimentos familiares é que as Crianças mantêm visitas e contactos com as suas familias de origem. Durante o acolhimento as visitas podem melhorar o bem-estar das crianças e adolescentes acolhidos (CAA). É ampla a literatura que reconhece as vantagens de que as crianças em acolhimento (CCA) não percam o contacto com os seus familiares (p. ex., Amorós y Palacios, 2004; Boyle, 2017; Fuentes et al., 2019; García-Martín et al., 2019). Como indicam os estudos, as visitas são primordiais para manter, fortalecer e reparar o vínculo afectivo (Amorós y Palacios, 2004; Chesmore et al., 2017; Delgado et al., 2016) e contribuem para que as CCA conhecam melhor a sua situação actual e tenham uma visão mais realista da sua família biológica (Fuentes et al., 2019; Fuentes-Peláez et al., 2013).
A recente revisão sistemática de Poitras et al. (2021) concluiu, entre outros aspectos, que a ausência de qualquer tipo de contacto com os progenitores, assim como a ruptura total com o lar familiar, parece afectar negativamente a adaptação e desenvolvimento das CCA.
Em conclusão, ainda que todas as partes participantes (famílias biológicas, CCA, familias acolhedoras e profissionais) neste processo sejam primordiais, este trabajo pretende centrar-se nas famílias de origem e nas famílias acogedoras, nas suas necessidades no que diz respeito aos contactos que os acolhidos mantêm com a sua família biológica.
Neste minicurso, o professor Paulo Delgado e a profesora Nuria Fuentes apresentarão alguns resultados das suas investigações sobre o acolhimento familiar e a importância das visitas, e as profesoras Isabel M. Bernedo y Lucía González-Pasarín apresentarão o primeiro programa psicoeducativo desenvolvido em Espanha para melhorar a qualidade das visitas “Las visitas: un espacio de desarrollo familiar”, publicado no Observatorio de la Infancia de Andalucía (España) (https://www.observatoriodelainfancia.es/oia/esp/documentos_ficha.aspx?id=7303)